sexta-feira, 13 de março de 2020

CONEXÃO COM O SAGRADO FEMININO



ENTENDENDO O SAGRADO FEMININO E O SAGRADO MASCULINO

Vivência na Casa de Yoga dentro do Tambo Anu Tea
Data: 05/Abril/2020
Focalizadora: Alana Vitorino

Mais Informações yogaprudente.blogspot.com
Wats- 18 99801 8380 (Arlete) ou (18) 996168217 (Alana)

INTEGRAÇÃO DO SAGRADO FEMININO E SAGRADO MASCULINO

Hoje vemos um movimento crescente de círculos de mulheres ao redor do mundo. E um verdadeiro levante de mulheres em todas as áreas da vida. Um verdadeiro despertar da força feminina. Mas que força é esta? Será ela exclusiva das mulheres?
Neste plano da dualidade, há duas forças presentes em toda a criação, que são as polaridades Yin e Yang. Por ser parte inerente de todas as manifestações do Universo, podemos também encontrá-las dentro de nós, independentemente do gênero, orientação sexual ou qualquer distinção. Somos todos filhos do “Pai Céu” e da “Mãe Terra”.
A interação entre as polaridades yin e yang é como o fluxo da respiração. Não há como sobreviver apenas inspirando ou expirando. É preciso se expandir, mas também se recolher.
No livro de Gênesis, é possível observar a interação entre estas polaridades: trevas e luz, imanifesto e manifesto, Purusha (princípio universal, o imutável) e Prakriti (matéria, portanto, mutável).

Quando nos referimos ao Sagrado Feminino e Sagrado Masculino, nos referimos então a estas qualidades energéticas criadoras de tudo o que há. E que, portanto, são indispensáveis à vida! Uma vez que toda a criação é o resultado da interação destas duas energias oposto-complementares: a energia yin, que rege o feminino, e a energia yang, que rege o masculino.
Ainda que seja mais comum identificarmos a energia yin nas mulheres, “guardiãs” desta força; e a energia yang nos homens, seus “guardiões”, o que realmente importa é como estas energias estão sendo alquimizadas dentro de nós. Em outras palavras, como elas interagem. Pois é a partir desta interação que as manifestaremos fora.
Compreender, respeitar e buscar uma interação harmônica entre estas energias é fundamental para que consigamos alcançar o equilíbrio energético do nosso planeta. E, é claro, de nós mesmos.

O TAL DO TAO

Após mais de 6.000 anos de patriarcado, nos quais a polaridade masculina foi exacerbada, é natural e vital que hoje busquemos de forma bastante ativa resgatar a essência do feminino a fim de encontrarmos um equilíbrio entre estas duas forças.
Lembrando que estamos no plano da dualidade, logo, tudo tem sua contraparte. Ao excluirmos o feminino e exaltarmos a polaridade masculina, manifestamos não apenas o seu polo positivo, como a lógica, a objetividade, a coragem, a iniciativa, a praticidade e a determinação; mas também seu polo negativo, ou seja, a sombra que existente nesta força.
Guerras, individualismo, competitividade, indiferença, autoritarismo, sectarismo, egoísmo são o retrato nítido de um masculino distorcido. E não há como curá-lo sem integrá-lo à sua outra parte.
Quando nos desconectamos do feminino e de suas manifestações como a intuição, a sensibilidade, as águas, os ciclos da Terra e a Natureza, criamos como resultado um grande desequilíbrio tanto a nível energético, como pessoal, social e ambiental.

A interação entre as polaridades yin e yang é como o fluxo da respiração. Não há como sobreviver apenas inspirando ou expirando. É preciso se expandir, mas também se recolher.
O impulso exploratório do masculino que nos trouxe tantos benefícios, como o conhecimento científico, precisa encontrar seu ponto de equilíbrio no recolhimento do feminino.
Para continuarmos a extrair, é preciso também aprender a cultivar. E isto significa nos reconectar com a pulsação da Terra, os ciclos da Natureza e de toda a vida. É isto que vai garantir a continuidade da vida neste planeta.
O que nos mostra que não são apenas as mulheres que são beneficiadas com o resgate do feminino, mas toda a humanidade e, por que não dizer toda diversidade de vida?

DA “ORDEM” AO “CAOS”

Criamos uma sociedade desconectada do próprio coração, da capacidade de sentir e se sensibilizar com o próximo. Ausente de si mesma. Fragmentada e vazia. E irônica, fálica e incansavelmente buscando algo “fora” que a preencha.
Vivemos num mundo de excessos e de faltas, o que mostra claramente que estamos procurando no lugar errado. O que é este vazio existencial, se não a falta de uma parte de nós mesmos? É preciso agora nos voltar pra dentro, para nossas profundezas, para o que não nos é visível e reserva tantos tesouros para nós.
É preciso sair um pouco desta dimensão solar, de superexposição midiática e de fronteiras limitadas pela razão para penetrar o oculto – o “caos” que nos habita. É chegada a hora de abrir mão da lógica, do ponderável, do controle, para mergulharmos no infinito que somos nós. E a mulher é o canal para esta imensidão. Como guardiãs dessa força, somos o portal para este universo interior.
Vivemos num mundo de excessos e de faltas, o que mostra claramente que estamos procurando no lugar errado. O que é este vazio existencial, se não a falta de uma parte de nós mesmos?
O feminino é a própria impermanência e incerteza, o desconhecido, a caverna dos mistérios, do oculto e das infinitas possibilidades. Além de ser o canal para a vida!
Segundo o Tao é preciso encontrar o caminho do meio. Para resgatar o centro, é preciso resgatar primeiramente o feminino. A cura do masculino também passa por este resgate. Pois aos homens e até mesmo a uma boa parte das “mulheres modernas”, cabe reaprender a fluir, confiar, aceitar, receber, ser flexível, vulnerável, aberto e adaptável.
Hoje muitas de nós, mulheres, também precisam abrir mão do masculino exacerbado (logo, distorcido) que nos levou a vestir inúmeras couraças, criando rigidez, clausura interior, repressão, auto cobrança, opressão, culpa e incontáveis medos.
Enquanto não integrarmos a força do feminino (energia yin), não será possível nos entregarmos à dança cósmica da impermanência. Pois continuaremos apegados a fórmulas e padrões, que na direção contrária da diversidade da vida, só cria mais isolamento e separação. Um planeta povoado de pessoas solitárias.

DE VOLTA AO CORAÇÃO

O feminino é o que une e integra, pois não se opõe a nada. Apenas abraça, acolhe, inclui.  É o feminino que nos desperta a capacidade de amar.
Assim, reintegrar o feminino cabe a todos nós, independente do gênero e orientação sexual. Pois somente quando fizermos as pazes com o feminino, poderemos construir uma Cultura de Paz, garantindo não apenas a saúde da nossa sociedade em todos os níveis, mas o alcance oitavas maiores de consciência. Pois resgatar o feminino é nos dar a oportunidade de voltarmos ao Todo, à fonte de toda a existência.
Celebro que mais e mais círculos de homens também estejam surgindo, bem como um movimento de desconstrução dos paradigmas patriarcais. Que todos os homens possam ouvir este chamado. Encontramo-nos no caminho do meio. No caminho do coração.
Crédito- Prem Suryani (Gabriela Alves)




Nenhum comentário:

Postar um comentário