ENTENDENDO
O SAGRADO FEMININO E O SAGRADO MASCULINO
Vivência
na Casa de Yoga dentro do Tambo Anu Tea
Data:
05/Abril/2020
Focalizadora:
Alana Vitorino
Mais Informações yogaprudente.blogspot.com
Wats-
18 99801 8380 (Arlete) ou (18) 996168217 (Alana)
INTEGRAÇÃO DO SAGRADO FEMININO E
SAGRADO MASCULINO
Hoje vemos um movimento
crescente de círculos de mulheres ao redor do mundo. E um verdadeiro levante de
mulheres em todas as áreas da vida. Um verdadeiro despertar da força feminina.
Mas que força é esta? Será ela exclusiva das mulheres?
Neste plano da dualidade,
há duas forças presentes em toda a criação, que são as polaridades Yin e Yang.
Por ser parte inerente de todas as manifestações do Universo, podemos também
encontrá-las dentro de nós, independentemente do gênero, orientação sexual ou
qualquer distinção. Somos todos filhos do “Pai Céu” e da “Mãe Terra”.
A
interação entre as polaridades yin e yang é como o fluxo da respiração. Não há
como sobreviver apenas inspirando ou expirando. É preciso se expandir, mas
também se recolher.
No livro de Gênesis, é
possível observar a interação entre estas polaridades: trevas e luz, imanifesto
e manifesto, Purusha (princípio universal, o imutável) e Prakriti (matéria,
portanto, mutável).
Quando nos referimos
ao Sagrado
Feminino e Sagrado Masculino, nos referimos então a estas
qualidades energéticas criadoras de tudo o que há. E que, portanto, são
indispensáveis à vida! Uma vez que toda a criação é o resultado
da interação destas duas energias oposto-complementares: a energia
yin, que rege o feminino, e a energia yang, que rege o masculino.
Ainda que seja mais comum
identificarmos a energia yin nas mulheres, “guardiãs” desta força; e a energia
yang nos homens, seus “guardiões”, o que realmente importa é como estas
energias estão sendo alquimizadas dentro de nós. Em outras palavras, como elas
interagem. Pois é a partir desta interação que as manifestaremos fora.
Compreender, respeitar e
buscar uma interação harmônica entre estas energias é fundamental para que
consigamos alcançar o equilíbrio energético do nosso planeta. E, é claro, de
nós mesmos.
O TAL DO TAO
Após mais de 6.000 anos de
patriarcado, nos quais a polaridade masculina foi exacerbada, é natural e vital
que hoje busquemos de forma bastante ativa resgatar a essência do feminino a
fim de encontrarmos um equilíbrio entre estas duas forças.
Lembrando que estamos no
plano da dualidade, logo, tudo tem sua contraparte. Ao excluirmos o
feminino e exaltarmos a polaridade masculina, manifestamos não apenas o seu
polo positivo, como a lógica, a objetividade, a coragem, a iniciativa, a
praticidade e a determinação; mas também seu polo negativo, ou seja, a
sombra que existente nesta força.
Guerras, individualismo,
competitividade, indiferença, autoritarismo, sectarismo, egoísmo são o retrato
nítido de um masculino distorcido. E não há como curá-lo sem integrá-lo à sua
outra parte.
Quando nos desconectamos do
feminino e de suas manifestações como a intuição, a sensibilidade, as águas, os
ciclos da Terra e a Natureza, criamos como resultado um grande desequilíbrio
tanto a nível energético, como pessoal, social e ambiental.
A interação entre as
polaridades yin e yang é como o fluxo da respiração. Não há como sobreviver
apenas inspirando ou expirando. É preciso se expandir, mas também se recolher.
O impulso exploratório do
masculino que nos trouxe tantos benefícios, como o conhecimento científico,
precisa encontrar seu ponto de equilíbrio no recolhimento do feminino.
Para continuarmos a
extrair, é preciso também aprender a cultivar. E isto significa nos reconectar
com a pulsação da Terra, os ciclos da Natureza e de toda a vida. É isto que vai
garantir a continuidade da vida neste planeta.
O que nos mostra que não
são apenas as mulheres que são beneficiadas com o resgate do feminino, mas toda
a humanidade e, por que não dizer toda diversidade de vida?
DA “ORDEM” AO “CAOS”
Criamos uma sociedade
desconectada do próprio coração, da capacidade de sentir e se sensibilizar com
o próximo. Ausente de si mesma. Fragmentada e vazia. E irônica, fálica e
incansavelmente buscando algo “fora” que a preencha.
Vivemos num mundo de
excessos e de faltas, o que mostra claramente que estamos procurando no lugar
errado. O que é este vazio existencial, se não a falta de uma parte de nós
mesmos? É preciso agora nos voltar pra dentro, para nossas profundezas, para o
que não nos é visível e reserva tantos tesouros para nós.
É preciso sair um pouco
desta dimensão solar, de superexposição midiática e de fronteiras limitadas
pela razão para penetrar o oculto – o “caos” que nos habita. É chegada a hora
de abrir mão da lógica, do ponderável, do controle, para mergulharmos no
infinito que somos nós. E a mulher é o canal para esta imensidão. Como guardiãs
dessa força, somos o portal para este universo interior.
Vivemos
num mundo de excessos e de faltas, o que mostra claramente que estamos
procurando no lugar errado. O que é este vazio existencial, se não a falta de
uma parte de nós mesmos?
O feminino é a própria
impermanência e incerteza, o desconhecido, a caverna dos mistérios, do oculto e
das infinitas possibilidades. Além de ser o canal para a vida!
Segundo o Tao é preciso encontrar
o caminho do meio. Para resgatar o centro, é preciso resgatar primeiramente o
feminino. A cura do masculino também passa por este resgate. Pois aos homens e
até mesmo a uma boa parte das “mulheres modernas”, cabe reaprender a fluir,
confiar, aceitar, receber, ser flexível, vulnerável, aberto e adaptável.
Hoje muitas de nós,
mulheres, também precisam abrir mão do masculino exacerbado (logo, distorcido)
que nos levou a vestir inúmeras couraças, criando rigidez, clausura interior,
repressão, auto cobrança, opressão, culpa e incontáveis medos.
Enquanto não integrarmos a
força do feminino (energia yin), não será possível nos entregarmos à dança
cósmica da impermanência. Pois continuaremos apegados a fórmulas e padrões, que
na direção contrária da diversidade da vida, só cria mais isolamento e
separação. Um planeta povoado de pessoas solitárias.
DE VOLTA AO CORAÇÃO
O feminino é o que une e integra,
pois não se opõe a nada. Apenas abraça, acolhe, inclui. É o feminino que
nos desperta a capacidade de amar.
Assim, reintegrar o
feminino cabe a todos nós, independente do gênero e orientação sexual. Pois
somente quando fizermos as pazes com o feminino, poderemos construir uma
Cultura de Paz, garantindo não apenas a saúde da nossa sociedade em todos os
níveis, mas o alcance oitavas maiores de consciência. Pois resgatar o feminino
é nos dar a oportunidade de voltarmos ao Todo, à fonte de toda a existência.
Celebro que mais e mais
círculos de homens também estejam surgindo, bem como um movimento de
desconstrução dos paradigmas patriarcais. Que todos os homens possam ouvir este
chamado. Encontramo-nos no caminho do meio. No caminho do coração.
Crédito- Prem Suryani
(Gabriela Alves)